Bairro Feital - 64 anos de história



Feital História


Vale a pena ler e relembrar! - "Feital" significa "Terras desgastadas e cansada", isso registrado em dicionários antigos. Em 1.888, ano da abolição dos escravos no Brasil, Pedro Branco da Silva adquiriu uma gleba com área aproximada de 64 alqueires, ou seja, 1.548.800 metros quadrados no sitio Feital, onde passou a residir. Neste local nasceram seus outros sete filhos: Arthur, Amaro, Benedita, Brasília, Alta, Floripes e Geraldo. A filha de Pedro Branco da Silva, Benedita Branco da Veiga (1890-1962), iniciou a venda dos terrenos da antiga fazenda. O processo do bairro Feital é de 1º de Agosto de 1962 (Mauá já era emancipada com quatro anos de independência). O número do processo 378/ 58, Alvará 1.052. Amaro Branco da Silva, filho de Pedro Branco da Silva foi quem começou o que é hoje o Feital. Amaro faleceu em 30 de Junho de 1937 e teve o seu sepultamento no Cemitério da Vila Vitória. "Detalhe": este foi o primeiro sepultamento neste cemitério que foi inaugurado em 1934, o primeiro cemitério de Mauá. Quando havia morte na cidade, as opções eram Santo André ou Ribeirão Pires. A principal rua de acesso do Feital se chama Benedita Franco da Veiga, nome errado devido a um erro de digitação, o que era para ser Benedita Branco da Veiga virou Franco da Veiga e ficou por isso mesmo. O bairro Feital está localizado aproximadamente seis quilômetros da estação de Mauá. O loteado e venda começaram no final da década de 50 durante a gestão Ennio Brancalion (1955-1959) "primeiro prefeito eleito em Mauá". Toda a área pertencia ao Círculo Operário do Ipiranga, entidade ligada à Igreja católica e liderada pelo padre Pedro Balint. Zé Anjo, Sr Osvaldo Teixeira, Senhor Domingos, Zé do Mato, Seu Oscar, Zé Brotinho, Zé Pereira, Osvaldo Borba, Sr Jovenal, Gardel, Sr Arthur e mais meia dúzia de pessoas foram os primeiros habitantes do Bairro. Na época do loteamento “tudo era eucalipto”, as ruas eram de terra, não havia luz elétrica e a água só era encontrada nos poços artesianos (Muito comum neste período em Mauá), moradores furavam poços ou recorriam á nascentes. Em muitos pontos de Mauá existiam pequenos rios, nesses rios tinha até pesca. Peixes e camarões eram iguarias da água desses pequenos rios. Além disso, como não havia meios de comunicação adequados, as cartas, telegramas e avisos de mortes eram entregues pelo jipe da policia. "Os ônibus eram horríveis, ooo coisas feias. No Feital o ônibus só vinha até a curva do chaveiro, ali antes das quadras, quando chovia ficava intransitável. Umas das economias nos anos 50 não só no Feital como também em Mauá, eram as Olarias "Fábricas de pequenos tijolos de barro" muito comuns neste período. Abaixo você conhecera os principais donos de Olarias que que atuaram no bairro, nas quais muitos moradores trabalharam. Entre as mais antigas estão a Waddhy Auada, cujos tijolos foram utilizados na construção do Cemitério de Camilópolis, no município vizinho Santo André. Também são de uma relevância social e histórica as Olarias: Oliveira, Bom Filho e Antônio Soares, cujas produções foram enviadas integralmente na edificação de Brasília, capital Federal. O que conhecemos hoje como Unidade básica de Saúde (UBS) e a Escola D. Jorge Marcos de Oliveira eram grandes Olarias. Muitos que trabalharam nesta atividade, adquiriram doenças como: Reumatismo, bronquite e outros males, devido aos árduos trabalhos exercidos, até porque era uma das poucas opções de trabalho em Mauá neste período. A primeira Escola do Feital se chamava "Escola Estadual do Bairro Feital, até 1974, em 1975 os alunos foram transferidos para o outro lado da rua e continuaram seus estudos na "Escola Estadual de Primeiro Grau do Bairro Feital" escola que hoje se chama "Escola Estadual Dom Jorge Marcos de Oliveira", a mudança se fez necessária pois os alunos deixaram de estudar até a quarta série e ganharam a quinta e sexta série em seu curriculum escolar, o segundo grau da epoca. A antiga escola passou a dar aulas de "Mobral" (Alfabetização para adultos que não tiveram tempo de estudar) . Pouco tempo depois a escolinha passou a se chamar "E.M. Bairro Feital", e começou a dar aula para o prézinho, "aula para crianças que começaram a estudar antes dos 7 anos de idade". Alguns tempos depois trocaram o nome novamente, dessa vez para "Clotilde Alvares Doratioto", nome em homenagem á sogra do ex prefeito "Leonel Damo", o tempo passou e só restou pequenos registros e saudade, pois em seu lugar foi montada uma Unidade do C.R.A.S a pouco tempo atrás. Além das Olarias, havia em funcionamento, no inicio da década de 1960, pelo menos duas importantes indústrias de porcelana: Mizuno e Kojima. Que por sinal, dois importantes da Colônia Japonesa em Mauá. Os Japoneses chegaram a Mauá na década de 1930, para atividades de agricultura hortaliças. Os Mizuno estabeleceram no jardim Lisboa no ano de 1956. Já o “concorrente” Kojima chega em 1960 para desenvolver as mesmas atividades. Outro grupo muito importante no bairro foi Colégio Brasileiro de Poetas, responsável, durante as décadas de 1970 e 1980, pela sua colaboração literária na cidade. Um dos fatores deste grupo era a busca de liberdade de expressão em pleno regime militar. Uma forma de contestação e de resistência militar. As poesias ainda existiram e resistem através de nome como: Aristides Teodoro, Moises Dalva e Iracema Reis. Mauá teve Jota Santos comandando shows históricos no "Conchas Acústicas" local de encontro de Jovens nos anos 70 e 80, teve sua Rádio AM em 1990 e avanços e avanços até chegar em 2024 num tempo em que com 10 toques consegui recontar mais de 60 anos de história em poucos minutos. Por: (Junior M Mauá.)


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